terça-feira, 31 de março de 2015

SÃO BENJAMIM - SERVIA AOS IRMÃOS NA CARIDADE


São Benjamim foi canal para que muitos cegos voltassem a ver

Hoje, 31 de março, a Igreja celebra São Benjamim. Nasceu no ano de 394 na Pérsia e, ao ser evangelizado, começou a participar da Igreja ao ponto de descobrir sua vocação ao diaconato.

Serviu a Palavra e aos irmãos na caridade, chamando a atenção de muitos para Cristo.

Chegou a ser preso por um ano, sofrendo, e se renunciasse ao nome de Jesus, seria solto. Porém, mesmo na dor, na solidão e na injustiça, ele uniu-se ainda mais ao Cristo crucificado.

Foi solto com a ordem de não falar mais de Jesus para ninguém, o que era impossível, pois sua vida e seu serviço evangelizavam.

Benjamim foi canal para que muitos cegos voltassem a ver, muitos leprosos fossem curados e assim muitos corações duvidosos se abriram a Deus.

Foi novamente preso, levado a público e torturado para que renunciasse à fé. Perguntou então ao rei, se gostaria que algum de seus súditos fosse desleal a ele. Obviamente que o rei disse que não. E assim o diácono disse que assim também ele, não poderia renunciar à sua fé, a seu Rei, Jesus Cristo.

E por não renunciar a Jesus, foi martirizado. Isso no ano de 422.

São Benjamim, rogai por nós!

domingo, 29 de março de 2015

DESDE QUANDO A IGREJA COMEÇOU A USAR O NOME DE CATÓLICA?


O adjetivo católica é anterior ao nascimento da Igreja. Em grego, katholikos (καθολικός) quer dizer aquilo que é conforme o todo. Hoje em dia, a palavra equivalente seria holística. De uma forma geral, a tradução para a palavra católica é universal, contudo, o sentido dela é muito mais amplo.
O primeiro documento histórico que contém o adjetivo católica referindo-se à Igreja é uma carta de Santo Inácio de Antioquia à Igreja de Esmirna, escrita após a sua prisão, que o levou ao martírio em Roma:
"Segui ao Bispo, vós todos, como Jesus Cristo ao Pai. Segui ao presbítero como aos Apóstolos. Respeitai os diáconos como ao preceito de Deus. Ninguém ouse fazer sem o Bispo coisa alguma concernente à Igreja. Como válida só se tenha a Eucaristia celebrada sob a presidência do bispo ou de um delegado seu. A comunidade se reúne onde estiver o Bispo e onde está Jesus Cristo está a Igreja Católica. Sem a união do Bispo não é lícito Batizar nem celebrar a Eucaristia; só o que tiver a sua aprovação será do agrado de Deus e assim será firme e seguro o que fizerdes."
Onde está Jesus Cristo está a Igreja Católica, segundo Santo Inácio. Mas, essa palavra era usada também em outro sentido, por exemplo, São Justino quando escreveu o Diálogo a Trifão, usou a mesma palavra para referir-se à ressurreição geral, de todas as pessoas. O termo se aplicava também à universalidade do número das pessoas, numa imagem da Igreja que acolhe a todos em seu seio.
A partir do século IV, com o surgimento de várias heresias, um outro sentido foi dado à palavra católica. São Cirilo de Jerusalém para comparar a fé ortodoxa com a fé herética, usa o termo fé católica. Ou seja, a verdadeira fé aceita a totalidade das verdades reveladas, enquanto que a fé herética escolhe aquilo em que quer acreditar, selecionando o que mais lhe convém e rejeitando os demais conteúdos da fé.
Desta forma, a palavra católica passou a designar não somente a Igreja que inclui todas as pessoas em todos os lugares, mas também a Igreja que inclui toda a fé, todos os sacramentos, todo o depósito e tesouro que foi deixado por Jesus Cristo e os Apóstolos. Com isso, a palavra foi sendo incorporada ao Credo como forma de distinguir a Igreja que guardava a fé inteira das seitas heréticas que estavam nascendo e que desprezavam o todo da fé.
Também houve o acréscimo da palavra romana ao adjetivo católica. Parece uma contradição dizer que a Igreja é católica e, ao mesmo tempo, romana. Contudo, não o é. Diante do protestantismo, o objetivo foi salientar que a Igreja somente é inteira, ou seja, católica, se o sucessor de Pedro, o Papa estiver incluído nela.
Assim, a integridade da fé abrange também o fato de que, seja no ocidente, seja no oriente, existe uma ligação com aquele que tem o primado e a jurisdição universal sobre a Igreja.
Só há uma Igreja de Cristo e essa Igreja é una, católica e apostólica. Faz parte da natureza da Igreja ser católica. Sendo assim, não se pode aceitar o significado confessional da palavra católico, pois ela não designa um ramo dos cristianismo. A fé cristã é católica por definição e não há outro verdadeiro cristianismo que não o católico. Por isso, como nas colunatas de Bernini na Praça de São Pedro, a Igreja abraça a fé na sua integridade e acolhe como mãe os católicos do mundo todo que vão em peregrinação até aquela praça, ver o Sucessor de Pedro.
Fonte: Pe. Paulo Ricardo

quinta-feira, 26 de março de 2015

"40 DIAS POR LA VIDA" SALVOU DESDE 2007 CERCA DE 10.000 CRIANÇAS DO ABORTO


O diretor de 40 Días por la Vida, Shawn Carney, informou nesta segunda-feira que, nos oito anos de existência da organização os voluntários ajudaram a salvar dez mil bebês a as suas mães do aborto. "Desde que coordenamos pela primeira vez a campanha 40 Días por la Vida em 2007, recebemos informes constantes sobre dez mil bebês que estão vivos hoje porque as suas mães rejeitaram o aborto e escolheram a vida”, disse Carney.

40 Días por la Vidaé uma campanha Nacional de Oração promovida nos EUA por leigos, em coordenação e contato com os grupos que em outros países realizam campanhas semelhantes.
A entidade está fora de grupos, associações, movimentos, partidos, etc., e não representa ninguém. Nem levanta dinheiro. O único propósito é orar e jejuar pela vida.
Em Espanha, como em outros países onde são organizadas essas campanhas de oração, os seus membros são todos voluntários. Alguns deles, aqueles que desejam, coordenam grupos de oração. Outros oram individualmente ou em família.
40 Días por la Vida realizou as seguintes atividades: 40 dias de oração e jejum para o desaparecimento do aborto; 40 dias de vigília pública que consiste em, pelo menos, 12 horas por dia, de preferência em um centro de abortos, ou, pelo menos, em um local público significativo; e 40 dias de atividades educativas sobe o aborto e a oração na comunidade envolvida.

Fonte: Zenit

quarta-feira, 25 de março de 2015

MENDIGOS SÃO CONVIDADOS DE HONRA DO PAPA FRANCISCO PARA VISITAREM OS MUSEUS DO VATICANO

© ALBERTO PIZZOLI / AFP

Depois de chuveiros e barbearia, agora o Papa Francisco lhes oferece cultura: visita exclusiva aos museus, missa e jantar     na Capela Sistina


Papa Francisco autorizou que 150 mendigos visitem os Museus Vaticanos e a Capela Sistina no dia 26 de março. Depois de uma visita organizada com os melhores guias, os pobres, tão queridos pelo Papa, jantarão no restaurante do prestigioso museu.
 
O jornal da Santa Sé, L'Osservatore Romano, anunciou nesta terça-feira a notícia, que foi confirmada por outras fontes vaticanas.
 
A visita é uma iniciativa da Esmolaria Vaticana, o departamento que tem a tarefa de praticar a caridade a favor dos pobres em nome do Papa e é dirigida pelo conhecido "Don Corrado" (Dom Konrad Krajewsli).
 
O bispo polonês segue as indicações do próprio Francisco. Após ainauguração do serviço de chuveiros e da barbearia em fevereiro, agora os sem-teto terão acesso à cultura e a um jantar especial em sua honra.
 
Divididos em três grupos, eles visitarão os Museus Vaticanos à tarde, participarão de uma missa na Capela Sistina, onde o Papa Francisco foi eleito, e depois compartilharão um jantar.
 
Os últimos serão os primeiros
 
                             

A Capela Sistina foi reservada para os convidados especiais do Papa. Os turistas "comuns", que pagam de 15 a 25 euros para fazer a visita, não terão acesso aos afrescos de Michelangelo nesse dia.
 
Em fevereiro, o Papa também deu aos mendigos 300 guarda-chuvas esquecidos pelos turistas nos museus, considerando o cruel inverno romano, temperado por chuvas esporádicas e fortes.
 
Durante o pontificado de Francisco, os sem-teto têm um lugar especial, como o próprio Papa mostrou no domingo passado, ao contar com sua ajuda para distribuir o Evangelho de bolso aos peregrinos na Praça de São Pedro durante o Ângelus.

Fonte: Aleteia

terça-feira, 24 de março de 2015

SANGUE DE SÃO JANUÁRIO SE LIQUEFAZ NAS MÃOS DO PAPA FRANCISCO


milagre aconteceu em Nápoles (Itália), no último sábado, 21 de março de 2015.
 
sangue de São Januário, que é conservado em uma ampola de vidro desde o século IV, deixou o estado de coagulação e se tornou líquido novamente. O milagre se repete nas festas do santo, mas, diante de um papa, isso não acontecia desde 1848, com o Papa Pio IX.
 
As pessoas presentes gritavam: "Milagre! Milagre!". Parecia um gol: o povo de Nápoles ama o futebol e vive a religiosidade da mesma maneira, com paixão.
 
Papa Francisco, como sempre, reagiu com humildade. Ao constatar o milagre, o cardeal Sepe exclamou: "Sinal de que São Januário gosta do Papa, que é napolitano como nós, porque metade do sangue se liquefez!".
 
Já o Papa, com seu jeito simples e bem humorado, respondeu: "O bispo disse que a metade do sangue se liquefez, acho que o santo gosta de nós pela metade, precisamos nos converter um pouco mais para que ele goste mais de nós!".
 
O Santo Padre concluiu seu encontro agradecendo e fazendo um pedido: "Muito obrigado! E por favor, eu lhes peço: não se esqueçam de rezar por mim. Obrigado."

Fonte: Aleteia

SANTA CATARINA DA SUÉCIA - ABADESSA EM VALDSTENA


Hoje, 24 de março, a Igreja nos apresenta, Santa Catarina da Suécia. Catarina foi ao mesmo tempo filha, discípula e companheira inseparável da mãe, Santa Brígida, a maior expressão religiosa feminina da história da Suécia. Nascida num berço nobre e cristão, Catarina nasceu em 1331 e recebeu educação e cultura com sólida base religiosa. Aos sete anos de idade, foi entregue às Irmãs do convento de Risberg, que souberam desenvolver totalmente sua vocação, cristalizando os ensinamentos cristãos que já vinha recebendo desde o berço.

Mas, circunstâncias políticas e sociais fizeram com que a jovem tivesse que se casar com um nobre da corte, Edgar, que além de fervoroso cristão era doente. Assim, decidiu aceitar o voto de castidade que Catarina fizera e ele mesmo resolveu adota-lo, vivendo tranqüilos como irmãos. Quando Edgard, ficou paralítico, Catarina passou a cuidar dele com todo carinho e generosidade. 

Por ocasião da morte do pai de Catarina, sua mãe Brígida resolveu se voltar totalmente para a vida religiosa, iniciando-a com uma romaria aos túmulos dos apóstolos, em Roma. Pouco tempo depois Catarina conseguiu a autorização do marido para encontrar-se com a ela. Mas, quando estavam em Roma receberam a notícia da morte de Edgard. Então, ambas fizeram os votos e vestiram o hábito de religiosas e não se separaram mais. Catarina ajudou e acompanhou todo o trabalho de caridade e evangelização desenvolvido pela mãe. Fundaram juntas o duplo mosteiro de Vadstena, na Suécia, do qual Brígida foi abadessa, criando a Ordem de São Salvador, cujas religiosas são chamadas de brigidinas. 

Catarina, como sua assistente, seguiu-a em todas as viagens perigosas, em seu país e no exterior, sendo muita vezes salvas por um cervo selvagem que sempre aparecia para socorrer Catarina. Foi após uma peregrinação à Terra Santa, que Brígida veio a falecer, em Roma. Catarina acompanhou o corpo de volta para a Suécia e foi recebida com aclamação popular, junto com os restos mortais da mãe, que já era venerada por sua santidade. 

Os registros relatam mais fatos prodigiosos, ocorridos com a nova abadessa, pois Catarina foi eleita sucessora da mãe no convento. Eles contam que alguns pretendentes queriam que ela abandonasse os votos e o hábito depois a morte de Edgard. Um, mais audacioso, ao tentar atacá-la, teria ficado cego e só recuperado a visão depois de se ajoelhar aos seus pés e pedir perdão, quando abriu os olhos viu ao lado de Catarina um cervo selvagem. Por isso, nas suas representações sempre há um cervo junto dela. 

Entretanto, a rainha-mãe Brígida, depois de falecida passou a operar prodígios, segundo muitos devotos e peregrinos que afirmavam ter alcançado graças por sua intercessão. Por isso, a pedido do povo e das autoridades da corte, a abadessa Catarina foi a Roma requerer do Sumo Pontífice a canonização da mãe, em nome da população do seu país. Alí viveu por cinco anos, interna de um convento onde ficaram registrados sua extrema disciplina, o senso de caridade e a humildade com que tratava os doentes e necessitados.

Catarina, quando voltou para a Suécia, já era portadora de grave enfermidade, talvez pelas horas de duras penitências que praticava. Tinha cinqüenta anos de idade quando faleceu, no dia 24 de março de 1381. 

O papa Inocente VIII, confirmou o culto de Santa Catarina da Suécia, em 1484. Mas o seu culto já era muito vigoroso em toda a Europa, uma vez que segundo a população romana ela teria salvado a cidade da inundação do rio Tevere cuja cheia já havia derrubado os diques que o continham.

Santa Catarina, Rogai por nós!

Fonte: Paulinas


domingo, 22 de março de 2015

AS FACES DE JESUS


O Evangelho de domingo, 22 de março de 2015, V Domingo da Quaresma, antigamente chamado Domingo da Paixão, nos conduz a Jerusalém, na última semana da vida de Jesus antes de sua paixão, morte ressurreição.

Como acontecia na proximidade da festa da Páscoa, a Cidade Santa está repleta de peregrinos, que em meio a cantos de júbilo elevam a Javeh as palavras do Salmo gradual: “que alegria  quando me disseram vamos à Casa do Senhor”.

Sem que suspeitassem, mais do que o Templo, sinal sensível da presença divina, o próprio Deus está no meio dos DELES,  na pessoa de Jesus. 

"QUEREMOS VER JESUS!"

Um grupo de estrangeiros, judeus de língua grega, manifesta a Filipe um desejo profundo que subsiste no coração de cada ser humano, cuja alma tem sede de Deus: nós queremos ver Jesus! Uma aspiração  que se repete ao longo da história da humanidade. 

Como naquele tempo, os homens do nosso século XXI querem ver em nós o Jesus, manso e humilde de coração; o Jesus que, lavando os pés dos discípulos, nos diz: “nisto reconhecerão que sois os meus discípulos: se vos ameis uns aos outros assim como eu vos amei”. 

AS INCOERÊNCIAS DO SER HUMANO

A humanidade, vítima, de um lado, de uma cultura secularizada em que Deus é banido da sociedade em nome da falsa  noção de estado laico e,  de outro, do terrorismo fundamentalista que, como contraponto, quer impor a submissão  a uma noção de divindade mediante a força das armas,  traz nos olhos o desejo silencioso de ver Jesus. 

Do Jesus que, qual grão de trigo, cai na terra para produzir fruto, que se entrega por amor pelo ser humano, vítima do pecado, do ódio e do egoísmo, de uma cultura neo-pagã. 

VER JESUS NOS ROSTOS DAQUELES QUE VIVERAM A SANTIDADE NO DIA-A-DIA

Já se disse que Deus não se demonstra, mas se mostra. Na face caridosa de uma religiosa em Calcutá, ou no rosto amoroso  do Anjo Bom da Bahia, Ir. Dulce, se faz possível ver Jesus. 

Na inocência de uma menina, Odetinha, ou no testemunho de um casal, Jerônimo e Zélia, podemos ver Jesus; na NA PUREZA DA INFÂNCIA e na COERÊNCIA de  uma família VERDADEIRAMENTE CRISTÃ. 

Na fé ardente de um jovem surfista e médico, o Servo de Deus Guido Schäffer, nossos jovens podem ver a face de Jesus que nada tira a quem a Ele se confia, ao contrário, Ele tudo dá. 

Esses rostos são convites para nós, imagens de Deus à qual fomos criados e que somos chamados a ser de fato. 

Só assim viveremos a Páscoa verdadeira do Deus que quer escrever sua Lei em nossos corações. 

A Páscoa acontece no coração e se manifesta na nossa face.

Fonte: Jornal A Missa de 22 de março de 2015

O PAPEL DA IGREJA NO MUNDO POLÍTICO


“Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” [1], ensinou Nosso Senhor. A separação entre Igreja e Estado é uma das contribuições mais importantes da religião cristã para a história da humanidade. Mas, como promover uma justa laicidade do Estado, sem cair no perigo do “laicismo”? O que se pode esperar politicamente da Igreja, seja qual for o contexto histórico e geográfico em que o mundo se encontre?
Nos últimos anos, de fato, os Papas têm insistido em que a Igreja tem um papel bem específico para dar à política, qual seja – importa que se diga, desde o começo – o de converter os corações a Cristo. Para mostrar de modo bem concreto como isso acontece, é importante resgatar uma história que se passou na Europa, no século XI, à época do grande Papa São Gregório VII.
Nos anos 1000, a Igreja tinha diante de si a difícil questão das investiduras, em que líderes políticos – senhores feudais, reis e príncipes – tomavam para si o encargo de escolher os cargos eclesiásticos. Essa ingerência política, que afetava desde abades e sacerdotes a bispos e Papas, teve como consequência uma grande decadência moral. Pouco preocupados com o bem espiritual dos fiéis, os poderosos deste mundo colocavam à frente da Igreja pastores verdadeiramente indignos do ofício eclesiástico. Nesses tempos difíceis – com razão associados à imagem das “trevas” –, tinha-se o celibato em pouca conta e, de acordo com a veemente denúncia de São Pedro Damião, em seuLiber Gomorrhianus [2],era preocupante o número de homossexuais no clero.
Para reformar a Igreja, São Gregório VII, eleito ao sólio pontifício em 1057, tinha de enfrentar Henrique IV, o petulante príncipe do Sacro Império Romano Germânico que mandava e desmandava na Igreja da Alemanha. Após um decreto de 1075, em que se condenava toda a investidura laica, a obstinação de Henrique fez Gregório pronunciar contra ele a sentença de excomunhão e depô-lo do trono imperial: “Proíbo o rei Henrique, que, com um orgulho insensato, se levantou contra a Igreja, de governar o reino da Alemanha e da Itália; desligo todos os cristãos do juramento que lhe tenham prestado e proíbo quem quer que seja de reconhecê-lo como rei” [3].Roma locuta, causa finita. Para recuperar o poder perdido, o soberano do Império Germânico se dirige, então, a Canossa, onde residia o Papa, com uma pequena escolta e sob o inverno rigoroso dos Alpes, em busca do perdão do sucessor de Pedro. Uma cena pitoresca, sem dúvida: o poderoso imperador da Alemanha deposto por um bispo inerme e sem exército, a quem ele agora acorria, prostrado.
Com efeito, como a Igreja conseguiu isso? Como foi capaz de uma influência política de tal monta?
O segredo está num silencioso mosteiro fundado no interior da França, na cidade de Cluny, em 910. Favorecido pela dispensa da jurisdição dos bispos locais e submissão direta ao Romano Pontífice, o mosteiro de Cluny, ao qual se ligou, rapidamente, uma constelação de outras abadias em toda a Europa, tornou-se, em pouco tempo, uma verdadeira escola de santidade. Enquanto o século X passava por uma dolorosa crise do papado, essa Ordem empreendia uma autêntica renovação espiritual em todo o continente, chegando, no início do século XII – momento da sua máxima expansão –, ao impressionante número de 1200 casas. Esse trabalho foi sem dúvida determinante para o fim de questão das investiduras – e para muitos outros problemas com que se deparava a Igreja medieval.
A primeira grande lição de Cluny é que a Igreja produz padres, monges e bispos mais santos quando estes não são frutos de escolhas políticas, mas são eleitos de acordo com suas virtudes. Em muitos lugares e em diferentes épocas, o poder político tentou – e tenta – infiltrar-se na Igreja, submetendo-a às suas rédeas. Esta, no entanto, só é fiel quando serve ao Senhor e rompe seus “votos de vassalagem” com os senhores do mundo. Foi o que ensinaram os monges de Cluny – não sem muito trabalho e combate, é verdade. Afinal, mesmo durante o período em que o monge Hildebrando – futuro Papa Gregório VII – procurou desvincular a eleição do Papa de influências políticas, Henrique III – pai de Henrique IV, de que já se falou –, descontente com as escolhas dos cardeais, depôs três pontífices, em uma amostra clara de como as ingerências mundanas causavam dano à Igreja.
Na verdade, São Gregório VII só conseguiu a submissão de Henrique IV depois de convencer os seus “príncipes eleitores” – que sustentavam o seu poder – a ficarem do seu lado. Ou seja, o poder do Papa só foi efetivo porque suas palavras foram acolhidas por alguns indivíduos. Se, no abismo do século X, Deus enviasse à Igreja um Papa santo, isso pouco efeito concreto teria para solucionar o problema das investiduras, porque os apelos pontifícios certamente não seriam obedecidos. Por isso era necessário Cluny, para civilizar as pessoas, ensiná-las a estudar e meditar sobre a Verdade, de modo que, quando um bom Papa se sentasse no trono de Pedro, seus comandos fossem seguidos na Igreja.
O fato é que, após a peregrinação penitencial de Henrique IV, o imperador voltou a mostrar as suas garras, indicando que não se tinha convertido de verdade. Quando Gregório VII o excomungou novamente, os príncipes eleitores se puseram contra o Papa, que morreu exilado, em 1085.
A lição histórica de Cluny, no entanto, permanece. Da Igreja, não se deve esperar que deponha presidentes e monarcas, como fazia na Idade Média; mas sim, que cumpra a sua missão evangelizadora. Hoje, por exemplo, é urgente lembrar que existe, na Criação, uma estrutura da realidade, uma razão à qual todos os homens – não só os católicos – devem submeter-se. Infelizmente, tem-se substituído cada vez mais a noção de direito natural por uma “ditadura do relativismo”, já denunciada pelo Papa Bento XVI [4], na qual nada é reconhecido como certo e tudo pode ser manipulado ao bel-prazer das pessoas.
O fato de o Estado ser laico não impede esse trabalho profético da Igreja. O termo “Estado laico” significa, simplesmente, que quem deve mandar e decidir as coisas na sociedade civil são os cidadãos, não os Papas e bispos. Mesmo os membros da sociedade civil podem ser evangelizados e, uma vez convertidos, oferecer a sua contribuição para o bem comum e para a política.
Referências
  1. Mt 22, 21
  2. Petrus Damianus, Liber Gomorrhianus, in Documenta Catholica Omnia
  3. Henri Daniel-Rops, A Igreja das Catedrais e das Cruzadas, São Paulo: Quadrante, 2011, p. 204
  4. Cardeal Joseph Ratzinger, Homilia na Missa “pro Eligendo Romano Pontifice”, 18 de abril de 2005
Fonte: Pe. Paulo Ricardo

SANTA LÉIA - EXEMPLO DE HUMILDADE, ORAÇÃO E SERVIÇO


Hoje, 22 de março, a Igreja celebra Santa Léia. Muito poucos são os registros sobre Santa Léia.

Léia, jovem viúva cristã, recusou-se contrair segundas núpcias com um rico nobre romano, desistindo de uma vida de luxo e riqueza para aderir às primeiras comunidades cristãs.

São Jerônimo, organizador das comunidade desta época, foi acusado de atrair Léia e outra viúvas para o cristianismo. Exilou-se então em Bélem.

Ao saber da morte de Léia, Jerônimo escreveu uma carta sobre a vida desta viúva, e este é o único documento que temos sobre ela.

Segundo São Jerônimo, Léia consagrou-se à vida religiosa, tornou-se madre superiora, e com seu exemplo de humildade, oração e serviço, testemunhou seu amor a Cristo.

Passou a vida envolta em vestes simples e gastava horas em profunda oração. Nunca fez nada que lhe servisse de vanglória ou que lhe trouxesse benefícios pessoais.

Sua vida era sua quarto, pequeno no espaço, mas grande como local de louvor a Deus. Ali ela tinha tudo o que precisava. Nada lhe faltou por ter trocado um rica mansão pela singeleza de um monastério. Ao contrário, sua grande riqueza foi a coroa da santidade, que perpetua até hoje sua memória entre nós.

Santa Léia morreu em Roma no ano de 384.  
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão: O silêncio nos permite recolhermo-nos para orar a Deus em segredo. Ele nos permite viver em solidão no meio dos irmãos. De certa forma, ele nos separa uns dos outros. Ele nos força a nos desprendermos das afeições naturais que seriam obstáculos, das presenças que nos tornariam menos disponíveis para escutar a voz do Espírito que está em nós. Aprendamos de Santa Léia o cultivo do silêncio como forma de alimentar nosso maior contato com o amor de Deus.
    
Oração: Senhor Jesus, vós nos dissestes: "Eu vim para servir e não para ser servido". Rogamos, pelo exemplo de Santa Léia, que embora fosse superiora colocou-se como escrava das outras religiosas, saibamos também nós encontrarmos alegria em servir e em todas as circunstâncias exercer a verdadeira caridade.

Fonte: Portal A12

sexta-feira, 20 de março de 2015

PARA QUE SERVE A ESTOLA? POR QUE O PADRE A USA, SE NÃO A VEMOS?



É muito significativo que a Igreja queira revestir seus ministros sagrados com trajes próprios para a ação sagrada. Os ornamentos sacerdotais, como foram se desenvolvendo ao longo do tempo, são uma expressão da ação sacerdotal.
 
Os ornamentos litúrgicos de hoje têm sua origem nos ornamentos sacerdotais e levíticos da Antiga Lei e, portanto, nas antigas vestiduras dos nobres romanos.
 
Estão destinados à celebração dos santos mistérios da nossa fé, têm um alto sentido espiritual, uma funcionalidade ritual e um caráter distintivo na ordem dos ministros. Com seu simbolismo, eles nos ensinam a prover-nos de armas espirituais no combate contra o espírito do mal.
 
Dentro dos ornamentos litúrgicos, destaca-se, ainda que não seja muito evidente à vista, a estola. Ela é uma espécie de faixa que o sacerdote pendura no ombro sobre o peito e ajuda com o cíngulo sobre a alva e sob a casula.
 
A estola deve ser da mesma cor da casula; sua única decoração é uma cruz no meio (na altura do pescoço), que o ministro ordenado beija antes de colocá-la.
 
A disciplina atual prescreve seu uso na missa, nos sacramentos, sacramentais e sempre que haja um contato com a Eucaristia.
 
Desconhece-se com exatidão a origem da estola, mas o mais provável é que ela derive do manto de oração dos judeus, mais especificamente do “orarium”, nome com o qual a estola era conhecida na antiguidade.
 
A palavra “orarium” é um termo relacionado a “orare” (falar, pregar), o que torna este ornamento uma insígnia dos pregadores.
 
A Bíblia a classifica entre as vestiduras de honra. A partir do século XII, não se usou mais o terno “orarium”, mas “estola”.
 
Simbolismo da estola
 
1. É símbolo do poder e da autoridade sacerdotal, sinal por excelência da dignidade sacerdotal.
 
2. Como a estola era uma vestimenta utilizada por pessoas de certa dignidade, simboliza a dignidade do primeiro homem, do homem antes do pecado original.
 
3. Simboliza também a inocência necessária para o cumprimento do serviço sacerdotal e a veste de glória que o servo bom e fiel usará em recompensa pelos seus méritos. Evoca, portanto, o traje de festa que o Pai colocou no filho pródigo quando ele voltou à casa. Só Deus pode nos dar tal vestimenta e tornar-nos dignos de sentar à sua mesa, ao seu serviço.
 
4. Como é usada sobre o pescoço, assemelha-se a um jugo, o suave jugo de nosso Senhor, ou seja, as obrigações do estado sacerdotal.
 
5. A estola também simboliza as ovelhas que o Bom Pastor carrega sobre os ombros.
 
6. Ela é sinal das sogas com que nosso Senhor foi arrastado ao calvário.
 
7. Finalmente, a estola do diácono é símbolo de sacrifício e generosidade ao serviço da comunidade cristã.
Por: Pe. Henry Vargas Houguín

Fonte: Aleteia

MULHER DE 91 ANOS CAMINHOU 1.200 QUILÔMETROS PARA VER NOSSA SENHORA


Mesmo sofrendo uma queda e duas fraturas no meio do caminho, ela não desistiu, porque tinha uma razão muito especial para fazer a peregrinação

Emma Moronsini, uma italiana de 91 anos, chegou hoje à basílica de Nossa Senhora de Luján, depois de percorrer mais de 1.200 quilômetros, para pedir à padroeira da Argentina pela juventude, pelas famílias e pela paz no mundo.

A "vovó peregrina", como é conhecida, foi recebida por uma multidão no santuário nacional, em meio a vivas e aplausos.

"Cheguei, estou aqui, cumpri minha promessa!", disse ela.

Emma começou sua peregrinação no dia 27 de dezembro passado, na cidade de Tucumán, mas na última segunda-feira, a apenas 35 quilômetros da basílica, sofreu uma queda e precisou ser internada em um hospital local, pois fraturou a mão e o nariz.

Ela recebeu alta na terça-feira e no dia seguinte retomou sua caminhada.

Esta não é a primeira peregrinação de mais de mil quilômetros que Emma faz. Há 23 anos, os médicos lhe disseram que não havia mais esperança para sua saúde. "Naquele momento, prometi à Mãe de Deus que, se me recuperasse, iria a Lourdes", contou ela a um jornal polonês, em uma de suas peregrinações a Jasna Gora.

peregrinação a Lourdes, quando Emma tinha 70 anos, tocou seu coração. Naquela ocasião, ela caminhou da sua casa, na Itália, até o santuário da França. Desde então, empreendeu caminhos de mais de mil quilômetros até Fátima, Terra Santa, Aparecida e Guadalupe.

De segunda a sábado, ela começava sua peregrinação às 6h da manhã e caminhava cerca de cinco horas, levando sua maleta improvisada e um guarda-chuvas.


                        

Em suas peregrinações, Emma não caminha aos domingos. Ela dedica esse dia à oração e, certamente, ao descanso. Por isso, aos sábados, sua prioridade é encontrar um hotel. Nos demais dias, ela costuma se virar alugando um quartinho ou dormindo inclusive ao ar livre.

Tanto sacrifício... para quê?

"Para Nossa Senhora, pela paz do mundo, pela juventude e por todas essas famílias que hoje estão divididas. Muitos estão separados, alguns convivem mas não são esposos ou não têm filhos. É muito triste", declarou ao jornal "La Voz".

Na terra do Papa Francisco, Emma comentou também que gostaria de conhecê-lo quando voltar à Itália. De fato, ela decidiu peregrinar a Luján motivada pelo Papa argentino.

Fonte: Aleteia

quinta-feira, 19 de março de 2015

POPULARIDADE DO PAPA FRANCISCO CRESCEU NOS ESTADOS UNIDOS

                                                           Papa Francisco. Foto: Daniel Ibáñez / Grupo ACI


WASHINGTON DC - Faltando pouco mais de seis meses para a sua primeira e histórica viagem aos Estados Unidos, onde se converterá no primeiro Pontífice a falar para o Senado desse país, a popularidade do Papa Francisco cresceu no país.

Segundo uma pesquisa divulgada recentemente pelo Pew Center, 90 por cento dos pesquisados católicos disseram ter uma boa opinião do Santo Padre. 57 por cento disse ter uma perspectiva “muito favorável” do Pontífice.

Em linhas gerais, 70 por cento de todos os pesquisados diz ter uma opinião favorável do Papa, 13 por cento a mais desde o início do pontificado de Francisco.

15 por cento disse não ter uma boa opinião do Pontífice e uma percentagem parecida preferiu não opinar.

Para realizar a pesquisa, Pew consultou por telefone 1.504 adultos norte-americanos entre o 18 e 22 de fevereiro.

O Papa Francisco visitará os Estados Unidos no final de setembro por ocasião do Encontro Mundial das Famílias que se realizará na cidade da Filadélfia, no estado da Pensilvânia.

O Santo Padre canonizará o Beato Junípero Serra, o chamado “Padre da Califórnia” e falará também na sede da ONU em Nova Iorque.

Fonte: Acidigital

SÃO JOSÉ - PAI ADOTIVO DE JESUS: PADROEIRO DA IGREJA E DAS FAMÍLIAS


Hoje, 19 de março, a Igreja nos apresenta, São José. Do esposo de Maria sabemos somente aquilo que nos dizem os evangelistas Mateus e Lucas, mas é o que basta para colocar esse incomparável "homem justo" na mais alta cátedra de santidade e de nossa devoção, logo abaixo da Mãe de Jesus. Por isso também, a Igreja celebra no dia de hoje a Solenidade de São José.

Descendente da casa real de Davi, é venerado como santo além da Igreja Católica, pela Igreja Ortodoxa e Igreja Anglicana. A Igreja Católica o celebra como seu padroeiro universal. A Liturgia Luterana também dedica um dia ― 19 de março ― à sua memória, sob o título de "Tutor de Nosso Senhor". Operário, é tido como "Padroeiro dos Trabalhadores", e, pela fidelidade a sua esposa e dedicação paternal a Jesus, como "Padroeiro das Famílias", emprestando seu nome a muitas igrejas e lugares ao redor do mundo.

Venerado desde os primeiros séculos no Oriente, seu culto se difundiu no Ocidente somente no século IX, mas num crescendo não igual ao de outros santos. Em 1621, Gregório XV declarou de preceito a festa litúrgica deste dia; Pio IX elegeu são José padroeiro da Igreja, e os papas sucessivos o enriqueceram de outros títulos, instituindo uma segunda comemoração no dia 1º de maio, ligada a seu modesto e nobre ofício de artesão.



O privilégio de ser pai adotivo do Messias constitui o título mais alto concedido a um homem. Seu nome, em hebraico, significa “Deus cumula de bens”.

O extraordinário evento da Anunciação e da divina maternidade de Maria - da qual foi advertido pelo anjo depois da sofrida decisão de repudiar a esposa - coloca são José sob uma luz de simpatia humana, em razão do papel de devoto defensor da incolumidade da Virgem Mãe, mistério prenunciado pelos profetas, mas acima da inteligência humana.

Resolvido o angustiante dilema, José não se questiona. Cumpre as prescrições da lei: dirige-se a Belém para recenseamento, assiste Maria no parto, acolhe os pastores e os reis Magos com útil disponibilidade, conduz a salvo Maria e o Menino para subtraí-lo do sanguinário Herodes, depois volta à laboriosa quietude da casinha de Nazaré, partilhando alegrias e dores comuns a todos os pais de família que deviam ganhar o pão com o suor de sua fronte. Nós o revemos na ansiosa procura de Jesus, que ele conduz ao templo por ter cumprido os 12 anos de idade. Por tudo isso São José é considerado também o protetor da Sagrada Família.

Enfim, o Evangelho se despede dele com uma imagem rica de significado, que coloca mais de um tema para nossa reflexão: Jesus, o filho de Deus, o Messias esperado, obedece a ele e a Maria, crescendo em sabedoria, idade e graça.

Que assim como São José, possamos ser dóceis à Palavra e à vontade do Senhor.

Glorioso São José, Rogai por nós!

Fonte: Paulinas