sexta-feira, 30 de outubro de 2015

CINCO MOTIVOS PARA REZAR TODOS OS DIAS


Descubra cinco valiosos motivos para rezar todos os dias

A oração é o alimento da alma. Se não ingerirmos uma determinada quantidade de nutrientes necessários diariamente, nosso organismo começará a reagir de modo negativo; com o passar do tempo, vamos adquirir uma anemia. O mesmo processo ocorre com a vida interior. Se, a cada dia, não cultivarmos uma vida de oração, nossa alma contrairá uma anemia espiritual. Precisamos cuidar do coração para que nossa fé seja sempre renovada no amor e na esperança.

Aumentando a imunidade contra os ataques do inimigo

Vamos juntos descobrir cinco motivos para rezarmos todos os dias e aumentarmos a imunidade contra os ataques do inimigo?

1 – Fortalecimento da fé:

Nossa vida de fé se alimenta daquilo que oferecemos à nossa alma. Quando nos descuidamos da oração, nossa vida de fé diminui gradativamente. Muitos se descuidaram a tal ponto da vida de oração, que hoje se encontram espiritualmente anêmicos, sem forças diante das difíceis situações da vida. Quanto mais rezamos, mais nossa fé cresce e se fortalece.

2 – Resistência contra os ataques do mal:

Todos os dias, somos cercados de muitas forças do mal, as quais tentam nos roubar a paz. Uma vida de oração fecunda e intensa afasta de nós as forças das trevas. A luz que irradia de nossa fé deixa cego o inimigo. Mergulhados em Deus, criamos uma resistência espiritual contra todo vírus do mal.

3 – Santificação pessoal:

Os santos alcançaram a glória divina, porque na vida foram pessoas de oração e caridade. A vida de oração caminha de mãos unidas com a ação, e para ser santo é preciso ser pessoa de oração. Quando nossa vida se torna oração por completo, até mesmo em nosso trabalho estamos rezando, porque nos unimos de tal maneira a Deus que não mais podemos nos separar d’Ele.

4 – Imunidade contra o negativismo:

Pessoas mal-humoradas têm tendência a serem de pouca oração. Quem reza é mais animado, olha a vida com mais amor, acolhe com mais carinho seus irmãos, reconhece nos sofredores o próprio Cristo, são promotores da paz, praticam a caridade sem esperar retorno. Invista na oração e verá os benefícios na sua alma.

5 – Amadurecimento espiritual e humano:

Aquele que cultiva uma vida de oração aos poucos vai adquirindo a sabedoria necessária diante das realidades humanas e espirituais. Uma vida de oração assídua desenvolve na alma o amadurecimento espiritual, que nos faz abandonar nas mãos de Deus todas as nossas fragilidades e confiar a sua misericórdia às difíceis situações da vida, para as quais não encontramos solução.
Os benefícios para quem investe um período do seu dia no cultivo da oração são enormes. Não há contraindicações e todos podem ser beneficiados pelo amor misericordioso de Deus, que restaura o coração e devolve a saúde espiritual à alma abatida.
Por: Pe. Flávio Sobreiro
Fonte: Canção Nova

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

IGREJA, CATEDRAL, SANTUÁRIO, BASÍLICA - CONHEÇA O QUE SIGNIFICA CADA UMA



A Igreja Matriz e Santuário de São Sebastião na Tijuca recebeu o título de Basílica Menor. Seria, pois, interessante, à luz de tantas publicações e documentos, refletir sobre esses vários nomes encontrados em nosso dia-a-dia. Igreja, Igreja Matriz, Santuário, Basílica, Catedral – eis alguns nomes que utilizamos como locais de culto. Voltamos nosso olhar para a Basílica de São Sebastião, em Roma, e para a unidade com a Sé de Pedro e nossa responsabilidade de continuar anunciando o Senhor nesta grande cidade.
Etimologicamente, a palavra Igreja (do grego ekklesia) significa assembleia; mais especificamente, no uso cristão, assembleia do Povo de Deus. Só num sentido derivado, tomando o recinto pelas pessoas nele reunidas, é que passou a significar um lugar de culto, com as características próprias.
Originalmente, a primitiva comunidade cristã não tinha lugares especiais de culto. Este, conforme atestamos claramente nos Atos dos Apóstolos, celebrava-se em casas particulares (ecclesia domi). Nos tempos apostólicos, porém, parece ter havido a reserva de certos lugares, em casas de famílias mais situadas economicamente, como salas de reunião, principalmente para a celebração dos sagrados mistérios (domus ecclesiae). Inclusive parece que os “títulos” das igrejas se referiam inicialmente ao nome da família que acolhia em sua casa a assembleia litúrgica cristã. Como o cristianismo não era uma religião legal, não podia possuir oficialmente templos ou outros lugares próprios. Contudo, os “colegia funerária”, tão típicos do direito romano, serviram, nos três primeiros séculos, para encobrir as propriedades eclesiásticas, incluindo as catacumbas, onde também eram celebradas as funções sagradas nos tempos de perseguição. É provável, também, que a tolerância que com frequência, existia nas províncias romanas em face da nova religião, tenha facilitado, sob uma ou outra ficção jurídica, a construção dos templos cristãos. Pelo menos, isso dá a entender o fato citado pelo historiador Eusébio, de o imperador Diocleciano ter confiscado ou derrubado, durante sua perseguição, numerosas igrejas.
Seja como for, a paz de Constantino trouxe uma era de desenvolvimento rapidíssimo da construção de templos cristãos, ou da transformação neles de outros edifícios, como o próprio palácio constantiniano que passou a ser a Basílica do Santíssimo Salvador (“São João do Latrão”), em Roma. É, também, nessa época que se desenvolveram os ritos de bênção solene ou de dedicação. Os nomes, porém, aplicados a esses lugares de culto, foram variados: dominicum, título, martírio, basílica, igreja etc. A denominação de templo parece ter sido propositadamente evitada, a fim de distinguir claramente os lugares de culto dos pagãos.
Para a conceituação de uma igreja, o Código de Direito Canônico de 1917 atendia a duas finalidades que diziam estar presentes na destinação do lugar sagrado: o culto divino e o serviço de todos os fiéis. O Código de Direito Canônico de 1983 continua a considerar o lugar sagrado ao culto divino e ao acesso dos fiéis. Assim no Código de 1983, devem ser consideradas igrejas não só os templos catedrais e paroquias, mas também: capelas públicas, dos colégios, das casas religiosas, das irmandades e confrarias etc. Em cada paróquia existe uma Igreja principal que chamamos de Igreja Matriz, que é a referência da paroquia, sinal de unidade fraterna.
Por outro lado, Catedral é o templo principal onde um bispo católico, com seu cabido, tem sua cátedra ou sede (daí a palavra sé). Usualmente, mas não necessariamente, é o maior e mais imponente templo de uma diocese. O título de Catedral é superior aos demais dentro da Igreja Particular Diocesana, pois a Catedral é a Igreja Mãe, por isso chamada de Sé Catedral, a primeira de todas as Igrejas, da qual o Bispo preside, de sua Cátedra, toda a sua Diocese.
O termo catedral deriva do latim “ecclesia cathedralis”, e é utilizado para designar a igreja que contém a cátedra oficial do bispo. O adjetivo cathedra foi ao longo dos tempos assumindo o caráter de substantivo, e é hoje o termo mais comumente utilizado para designar essas igrejas. O termo ecclesia cathedralis foi aparentemente utilizado pela primeira vez nos atos do Concílio de Tarragona, em 516. Outra designação que era utilizada para ecclesia cathedralisera ecclesia mater, ou Igreja-Mãe, indicando-se assim que esta seria a Igreja "Mãe" da Diocese. Outro nome ainda eraecclesia major, ou Igreja-Mor. Também por ser considerada a casa principal de Deus na região, a ecclesia cathedralisera designada como Domus Dei, de onde deriva a palavra italiana Duomo e o prefixo germânico dom - para designar "igreja". Em português, utiliza-se o termo sé catedral — ou apenas "sé" — para designar uma Catedral, sendo esta designação derivada da palavra "Sede", como em Santa Sé (Santa Sede).
Quanto às celebração na catedral, a Sacrosanctum Concilium nos fala no número 41: “todos devem dar a maior importância à vida litúrgica da diocese que gravita em torno do bispo, sobretudo na igreja catedral: convencidos de que a principal manifestação da Igreja se faz numa participação perfeita e ativa de todo o povo santo de Deus na mesma celebração litúrgica, especialmente na mesma Eucaristia, numa única oração, num só altar a que preside o bispo rodeado pelo seu presbitério e pelos seus ministros”.
Temos também o título de Santuário! Este é memória da nossa origem junto do Senhor e sinal da presença divina, é também profecia da nossa Pátria última e definitiva: o Reino de Deus, que se realizará quando “Eu colocarei o meu santuário no meio deles para sempre”, segundo a promessa do Eterno (Ez 37, 26).
O sinal do santuário não só nos recorda de donde viemos e quem somos, mas abre também o nosso olhar para discernir para onde caminhamos, rumo a que meta se dirige a nossa peregrinação na vida e na história. O santuário, como obra das mãos do homem, remete para Jerusalém celeste, nossa Mãe, a cidade que desce de Deus, toda adornada como uma esposa (cf. Ap 21, 2), santuário escatológico perfeito para onde a gloriosa presença divina está dirigida e é pessoal: “não vi templo algum na cidade, porque o Senhor, Deus Todo-Poderoso, é o seu Templo, assim como o Cordeiro” (Ap 21, 22). Naquela cidade-templo já não haverá lágrimas, nem tristeza, nem sofrimento, nem morte (cf. Ap 21, 4).
Quanto ao Santuário, etimologicamente – “Santuário” significa um lugar santo. O Direito Canônico não regulamentou esta categoria jurídica até tempos bem recentes. Aos 8 de fevereiro de 1956, a Sagrada Congregação para os Seminários, com motivo de problemas de interpretação do antigo cânon 1356 (que regulamentava o tributo para o seminário e que equivale ao atual c.264), deu uma definição a respeito de santuário, que passou quase literalmente para o projeto da Comissão de Reforma do Código de Direito Canônico. Após algumas correções, mais de estilo do que de fundo, chegou-se à redação do atual c. 1230. Nele, aparecem os seguintes elementos:
1. Igreja ou outro lugar Sagrado: Embora inicialmente a devoção popular se desenvolva com frequência em torno a pequenas ermidas ou “capelinhas”, o normal é que se acabe construindo uma igreja. Por isso, no Brasil, de fato, todos os santuários juridicamente reconhecidos como tais se identificam como igrejas.
2. Grande concurso de fiéis: Não é necessário que esse concurso seja contínuo. Pode dar-se em certos dias especiais, inclusive apenas uma só vez por ano. Esse concurso tem que se constituir em “peregrinação”, ou seja, deve haver um verdadeiro deslocamento, não bastante o simples concurso local.
3. Motivo local de piedade: Na citada carta da Sagrada Congregação dos Seminários e no projeto da Comissão de Reforma se citavam alguns desses “motivos especiais”: recordações religiosas, veneração de uma imagem sagrada, conservação de relíquias insignes, milagres lá operados, indulgências especiais anexas ao lugar. No texto definitivo do c. 1230, prescindiu-se de qualquer exemplificação, que sempre seria incompleta, e decidiu-se manter apenas o princípio geral.
4. Aprovação do Ordinário local: Normalmente, o concurso dos fiéis, na forma de peregrinação, surge de forma espontânea. Para que o lugar sagrado, porém, receba a consideração jurídica de santuário é necessário que haja uma aprovação explícita do Ordinário local. Por outro lado, a autoridade eclesiástica pode tomar a iniciativa da construção de santuários, na esperança de que haja posteriormente afluência de fiéis. Assim acontece, por exemplo, com certos santuários eucarísticos, para a “adoração pérpetua”.
O santuário é não só uma obra humana, mas também um sinal visível da presença de Deus invisível. Por esta razão, exige-se uma oportuna convergência de esforços humanos e uma adequada consciência dos papéis e das responsabilidades por parte dos protagonistas da pastoral dos santuários, precisamente para favorecer o pleno reconhecimento e o acolhimento fecundo do dom que o Senhor faz ao Seu povo através de cada santuário.
O santuário oferece um precioso serviço a cada uma das Igrejas particulares, cuidando, sobretudo, da proclamação da Palavra de Deus, da celebração dos sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia. Este serviço exprime e vivifica os vínculos históricos e espirituais que os santuários têm com as Igrejas, no meio das quais surgiram, e requer a plena inserção da ação pastoral realizada pelo santuário na dos Bispos, com a particular atenção àquilo que em maior medida atém ao “carisma” do lugar e ao bem espiritual dos fiéis, que para ali se dirigem em peregrinação.
Por fim, a Basílica! Este é um título que é concedido pelo Santo Padre o Papa, por concurso de decreto da Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos, para determinadas Igrejas “que possuem importância peculiar com relação à vida litúrgica e pastoral, as quais podem ser honradas pelo Sumo Pontífice com o título de Basílica Menor, o que indica um vínculo peculiar com a Igreja Romana e o Sumo Pontífice” (Decreto Casa da Igreja – sobre o título de Basílica Menor, da Congregação do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, 9 de novembro de 1989).
O ordenamento jurídico que normatiza as Basílicas Menores é o Decreto “Casa de Deus”, promulgado no dia 6 de junho de 1968, pela Sagrada Congregação dos Ritos (AAS 60, 1968, 536-539).
Condições canônicas para a elevação de uma Igreja à dignidade basilical:
  1. Que esta igreja seja exemplo para os outros por seu preparo e execução, seja pela fidelidade às normas litúrgicas e pela participação ativa do povo de Deus;
  2. Deve ser uma igreja “adequada tanto por seu tamanho quanto pelo tamanho suficiente do presbitério. Que os diversos elementos requeridos para a celebração litúrgica – altar, ambão, a cadeira do celebrante – sejam dispostos de acordo com as exigências da Liturgia”;
  3. Que esta igreja goze de “celebridade em toda a Diocese”, celebridade histórica ou religiosa, “ou porque nela se conserva o corpo ou relíquia famosa de algum santo, ou porque nela é venerada de modo peculiar alguma imagem sagrada”. “Também deve ser considerado o seu valor histórico e como obra de arte”;
  4. Que esta igreja tenha um “número adequado de presbíteros, dedicados ao cuidado pastoral e litúrgico da mesma igreja, sobretudo para a celebração da Eucaristia e da Penitência (e também um número adequado de confessionários à disposição dos fiéis a horas certas)”.
  5. Que seja eminentemente valorizado o número de fiéis para a execução da música, particularmente, do canto sacro.
A concessão do título de basílica necessita, obrigatoriamente, do pedido do Bispo Diocesano, obtido o nihil-obstat da Conferência Episcopal, sendo acrescidos dos cadernos e relatórios que comprovem a origem, a história e a atuação religiosa da igreja, com respectivo álbum de imagens ilustradas e fotografias, particularmente do presbitério, com seu altar, ambão, cadeira do celebrante e os outros locais destinados à realização das celebrações, como as cadeiras dos ministros extraordinários, o batistério, o sacrário e os confessionários.
Deveres e encargos próprios na basílica, no âmbito litúrgico e pastoral:
  1. Que seja realizada a instrução dos fiéis, com o estudo sobre a liturgia; de estudos de documentos pontifícios e da Santa Sé Apostólica;
  2. Que sejam meticulosamente preparadas e bem celebradas as celebrações do Ano Litúrgico, especialmente as do Advento, Natal, Quaresma e Páscoa. Que seja, na Quaresma, devidamente celebrada a Via Sacra. Que as homilias sejam primorosas, levando a uma conversão extraordinária, sendo obrigatória a celebração da Liturgia das Horas, sobretudo das “Laudes” e “Vésperas”, pelos fiéis e ministros ordenados;
  3. Que os fiéis participem do canto litúrgico, ressaltando a necessidade de se promover a música sacra latina, com ênfase no canto gregoriano próprio da Liturgia Romana;
  4. Como a Basílicas Menores tem uma ligação com a Igreja de Roma se celebra, com solenidade: a festa da Cátedra de São Pedro, em 22 de fevereiro de cada ano; a solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, no dia 29 de junho, e o aniversário da eleição ou do início do supremo ministério pastoral do Sumo Pontífice.
Concede-se, indulgência plenária aos fiéis que visitem a Basílica piedosamente e nela participem do rito sagrado, ou pelo menos rezem a Oração do Pai Nosso e o Credo sob as condições costumeiras: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelo Sumo Pontífice nos seguintes dias: 1 – no dia do aniversário da consagração da Basílica; no dia da celebração litúrgica titular, no caso do Rio de Janeiro, a partir de agora, no dia 20 de janeiro; na solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo; no dia do aniversário da concessão do título de Basílica; uma vez no ano, em dia determinado pelo Bispo local, e uma vez no ano, em dia escolhido livremente por qualquer um dos fiéis.
São insígnias basilicais as insígnias pontifícias, ou seja, as “chaves cruzadas”, que podem ser usadas nos estandartes, nas mobílias e no selo da Basílica. Cada basílica é ornada por um tintinabulo e por uma umbela.
Ao reitor da basílica “é permitido usar na celebração litúrgica, além da veste talar ou veste da família religiosa e sobrepeliz, mozeta de cor negra, com debruns e ornamentos circulares de cor vermelha”.
Todos esses títulos nos comprometem, pois eles, se de um lado, organizam a caminhada da Igreja, de outro lado nos envia em missão para que o Evangelho seja anunciado e pregado a toda criatura na diversidade de situações e tradições. Mais que uma honraria é uma grande e necessária missão.
Agora que a Arquidiocese do Rio de Janeiro vê juntar-se aos inúmeros títulos das igrejas desta histórica cidade mais uma Basílica, nós agradecemos a deferência do Papa Francisco, por quem rezamos todos os dias para que o Espírito Santo continue conduzindo-o no pastoreio da Igreja presente no mundo inteiro.
Por: Cardeal Orani João Tempesta (Arcebispo  da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro
Fonte: ARQRIO

SÃO NARCISO - BISPO DE JERUSALÉM


São Narciso, era um homem austero, penitente, humilde, simples e puro

O santo de hoje, 29 de outubro, São Narciso, foi Bispo de Jerusalém e, quando se deu tal fato, devia ter quase cem anos de idade. Narciso não era judeu e teria nascido no ano 96. Homem austero, penitente, humilde, simples e puro, sabe-se que presidiu com Teófilo de Cesareia a um concílio onde foi aprovada a determinação de se celebrar sempre a Páscoa num Domingo.

Eusébio narra que em certo dia de festa, em que faltou o óleo necessário para as unções litúrgicas, Narciso mandou vir água de um poço vizinho, e com sua bênção a transformou em óleo. Conta também as circunstâncias que levaram Narciso a demitir-se das suas funções.

Para se justificarem de um crime, três homens acusaram o Bispo Narciso de certo ato infame. “Que me queimem vivo – disse o primeiro – se eu minto”. “E a mim, que me devore a lepra”, disse o segundo. “E que eu fique cego”, acrescentou o terceiro. O desgosto de ser assim caluniado despertou em Narciso o seu antigo desejo pelo recolhimento e, por isso, sem dizer para onde ia, perdoou os caluniadores e saiu de Jerusalém em direção ao deserto. Considerando-o definitivamente desaparecido, deram-lhe por sucessor a Dio, ao qual por sua vez sucederam Germânio e Górdio. Todavia, os três caluniadores não tardaram a sofrer os castigos que em má hora tinham invocado, pois o primeiro pereceu num incêndio com todos os seus, o segundo morreu de lepra e o terceiro cegou à força de tanto chorar o seu pecado.

Alguns anos depois, Narciso reapareceu na cidade episcopal. Nunca tinha sido posta em dúvida a santidade do seu procedimento.; por isso, foi com imensa alegria que Jerusalém recebeu seu antigo pastor. Segundo diz Eusébio, continuou Narciso a governar a diocese até a idade de 119 anos, auxiliado por um coadjutor chamado Alexandre. Faleceu cerca do ano de 212.

São Narciso, rogai por nós!

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

SÃO JUDAS TADEU - PATRONO DOS AFLITOS E PADROEIRO DAS CAUSAS DESESPERADAS



Hoje, 28 de outubro, a Igreja nos apresenta, São Judas TadeuJudas, um dos doze, era chamado também Tadeu ou Lebeu, que São Jerônimo interpreta como homem de senso prudente. Judas Tadeu foi quem, na Última Ceia, perguntou ao Senhor: “Senhor, como é possível que tenhas de te manifestar a nós e não ao mundo?” (Jo 14,22).
Temos uma epístola de Judas “irmão de Tiago”, que foi classificada como uma das epístolas católicas. Parece ter em vista convertidos, e combate seitas corrompidas na doutrina e nos costumes. Começa com estas palavras: “Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados e amados por Deus Pai, e conservados para Jesus Cristo: misericórdia, paz e amor vos sejam concedidos abundantemente”. Orígenes achava esta epístola “cheia de força e de graça do céu”.
Segundo São Jerônimo, Judas terá pregado em Osroene (região de Edessa), sendo rei Abgar. Terá evangelizado a Mesopotâmia, segundo Nicéforo Calisto. São Paulino de Nola tinha-o como apóstolo da Líbia. Conta-se que Nosso Senhor, em revelações particulares, teria declarado que atenderá os pedidos daqueles que, nas suas maiores aflições, recorrerem a São Judas Tadeu. Santa Brígida refere que Jesus lhe disse que recorresse a este apóstolo, pois ele lhe valeria nas suas necessidades. Tantos e tão extraordinários são os favores que São Judas Tadeu concede aos seus devotos, que se tornou conhecido em todo o mundo com o título de Patrono dos aflitos e Padroeiro das causas desesperadas.
São Judas é representado segurando um machado, uma clava, uma espada ou uma alabarda, por sua morte ter ocorrido por uma dessas armas.
São Judas Tadeu, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

PAPA FRANCISCO AO FINAL DO SÍNODO SOBRE A FAMÍLIA: A IGREJA DEVE PROCLAMAR MISERICÓRDIA E NÃO APLICAR CONDENAÇÕES


“Para a Igreja, encerrar o Sínodo significa voltar realmente a «caminhar juntos» para levar a toda a parte do mundo, a cada diocese, a cada comunidade e a cada situação a luz do Evangelho, o abraço da Igreja e o apoio da misericórdia Deus!”: palavras do Papa Francisco ao encerrar este sábado os trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre a família.
Depois das palavras do Card. Raymundo Damasceno Assis, que presidiu à 18ª Congregação Geral, do Secretário do Sínodo dos Bispos, Card. Lorenzo Baldisseri, o Pontífice agradeceu a todos os participantes que “trabalharam de forma incansável e com total dedicação à Igreja”.
Ao encerrar o Sínodo, disse o Papa, “não significa que esgotamos todos os temas inerentes à família, mas que procuramos iluminá-los com a luz do Evangelho”; “não significa que encontramos soluções exaustivas para todas as dificuldades e dúvidas que desafiam e ameaçam a família, mas que colocamos tais dificuldades e dúvidas sob a luz da Fé, abordamo-las sem medo e sem esconder a cabeça na areia”. Mas significa "que demos provas da vitalidade da Igreja Católica, que não tem medo de abalar as consciências anestesiadas ou sujar as mãos discutindo, animada e francamente, sobre a família”.
O Pontífice ressaltou ainda as diferentes opiniões que se expressaram livremente – “e às vezes, infelizmente, com métodos não inteiramente benévolos” – que enriqueceram e animaram o diálogo, proporcionando a imagem viva duma Igreja que não usa 'impressos prontos', mas que, da fonte inexaurível da sua fé, tira água viva para saciar os corações ressequidos.
Para Francisco, a experiência do Sínodo fez compreender melhor “que os verdadeiros defensores da doutrina não são os que defendem a letra, mas o espírito; não as ideias, mas o homem; não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu perdão. Isto não significa de forma alguma diminuir a importância das fórmulas, das leis e dos mandamentos divinos, mas exaltar a grandeza do verdadeiro Deus”.
“O primeiro dever da Igreja não é aplicar condenações ou anátemas, mas proclamar a misericórdia de Deus, chamar à conversão e conduzir todos os homens à salvação do Senhor”, acrescentou o Pontífice.
Leia a seguir a íntegra das palavras de Francisco:
Amadas Beatitudes, Eminências, Excelências, Queridos irmãos e irmãs!
Quero, antes de mais, agradecer ao Senhor por ter guiado o nosso caminho sinodal nestes anos através do Espírito Santo, que nunca deixa faltar à Igreja o seu apoio.
Agradeço de todo o coração ao Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário-Geral do Sínodo, a D. Fabio Fabene, Subsecretário e, juntamente com eles, agradeço ao Relator, o Cardeal Peter Erdö, e ao Secretário Especial, D. Bruno Forte, aos presidentes delegados, aos secretários, consultores, tradutores e todos aqueles que trabalharam de forma incansável e com total dedicação à Igreja: um cordial obrigado!
Agradeço a todos vós, amados padres sinodais, delegados fraternos, auditores, auditoras e conselheiros, párocos e famílias pela vossa ativa e frutuosa participação.
Agradeço ainda a todas as pessoas que se empenharam, de forma anónima e em silêncio, prestando a sua generosa contribuição para os trabalhos deste Sínodo.
Estai certos de que a todos recordo na minha oração ao Senhor para que vos recompense com a abundância dos seus dons e graças!
Enquanto acompanhava os trabalhos do Sínodo, pus-me esta pergunta: Que há-de significar, para a Igreja, encerrar este Sínodo dedicado à família?
Certamente não significa que esgotamos todos os temas inerentes à família, mas que procuramos iluminá-los com a luz do Evangelho, da tradição e da história bimilenária da Igreja, infundindo neles a alegria da esperança, sem cair na fácil repetição do que é indiscutível ou já se disse.
Seguramente não significa que encontramos soluções exaustivas para todas as dificuldades e dúvidas que desafiam e ameaçam a família, mas que colocamos tais dificuldades e dúvidas sob a luz da Fé, examinámo-las cuidadosamente, abordamo-las sem medo e sem esconder a cabeça na areia.
Significa que solicitamos todos a compreender a importância da instituição da família e do Matrimônio entre homem e mulher, fundado sobre a unidade e a indissolubilidade e a apreciá-la como base fundamental da sociedade e da vida humana.
Significa que escutamos e fizemos escutar as vozes das famílias e dos pastores da Igreja que vieram a Roma carregando sobre os ombros os fardos e as esperanças, as riquezas e os desafios das famílias do mundo inteiro.
Significa que demos provas da vitalidade da Igreja Católica, que não tem medo de abalar as consciências anestesiadas ou sujar as mãos discutindo, animada e francamente, sobre a família.
Significa que procuramos olhar e ler a realidade, melhor dito as realidades, de hoje com os olhos de Deus, para acender e iluminar, com a chama da fé, os corações dos homens, num período histórico de desânimo e de crise social, econômica, moral e de prevalecente negatividade.
Significa que testemunhamos a todos que o Evangelho continua a ser, para a Igreja, a fonte viva de novidade eterna, contra aqueles que querem «endoutriná-lo» como pedras mortas para as jogar contra os outros.
Significa também que espoliamos os corações fechados que, frequentemente, se escondem mesmo por detrás dos ensinamentos da Igreja ou das boas intenções para se sentar na cátedra de Moisés e julgar, às vezes com superioridade e superficialidade, os casos difíceis e as famílias feridas.
Significa que afirmamos que a Igreja é Igreja dos pobres em espírito e dos pecadores à procura do perdão e não apenas dos justos e dos santos, ou melhor dos justos e dos santos quando se sentem pobres e pecadores.
Significa que procuramos abrir os horizontes para superar toda a hermenêutica conspiradora ou perspectiva fechada, para defender e difundir a liberdade dos filhos de Deus, para transmitir a beleza da Novidade cristã, por vezes coberta pela ferrugem duma linguagem arcaica ou simplesmente incompreensível.
No caminho deste Sínodo, as diferentes opiniões que se expressaram livremente – e às vezes, infelizmente, com métodos não inteiramente benévolos – enriqueceram e animaram certamente o diálogo, proporcionando a imagem viva duma Igreja que não usa «impressos prontos», mas que, da fonte inexaurível da sua fé, tira água viva para saciar os corações ressequidos.(1)
E vimos também – sem entrar nas questões dogmáticas, bem definidas pelo Magistério da Igreja – que aquilo que parece normal para um bispo de um continente, pode resultar estranho, quase um escândalo, para o bispo doutro continente; aquilo que se considera violação de um direito numa sociedade, pode ser preceito óbvio e intocável noutra; aquilo que para alguns é liberdade de consciência, para outros pode ser só confusão. Na realidade, as culturas são muito diferentes entre si e cada princípio geral, se quiser ser observado e aplicado, precisa de ser inculturado.(2) O Sínodo de 1985, que comemorava o vigésimo aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II, falou da inculturação como da «íntima transformação dos autênticos valores culturais mediante a integração no cristianismo e a encarnação do cristianismo nas várias culturas humanas».(3) A inculturação não debilita os valores verdadeiros, mas demonstra a sua verdadeira força e a sua autenticidade, já que eles adaptam-se sem se alterar, antes transformam pacífica e gradualmente as várias culturas.(4)
Vimos, inclusive através da riqueza da nossa diversidade, que o desafio que temos pela frente é sempre o mesmo: anunciar o Evangelho ao homem de hoje, defendendo a família de todos os ataques ideológicos e individualistas.
E, sem nunca cair no perigo do relativismo ou de demonizar os outros, procuramos abraçar plena e corajosamente a bondade e a misericórdia de Deus, que ultrapassa os nossos cálculos humanos e nada mais quer senão que «todos os homens sejam salvos» (1 Tim 2, 4), para integrar e viver este Sínodo no contexto do Ano Extraordinário da Misericórdia que a Igreja está chamada a viver.
Amados irmãos!
A experiência do Sínodo fez-nos compreender melhor também que os verdadeiros defensores da doutrina não são os que defendem a letra, mas o espírito; não as ideias, mas o
homem; não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu perdão. Isto não significa de forma alguma diminuir a importância das fórmulas, das leis e dos mandamentos divinos, mas exaltar a grandeza do verdadeiro Deus, que não nos trata segundo os nossos méritos nem segundo as nossas obras, mas unicamente segundo a generosidade sem limites da sua Misericórdia (cf. Rm 3, 21-30; Sal 129/130; Lc 11, 37-54). Significa vencer as tentações constantes do irmão mais velho (cf. Lc 15, 25-32) e dos trabalhadores invejosos (cf. Mt 20, 1-16). Antes, significa valorizar ainda mais as leis e os mandamentos, criados para o homem e não vice-versa (cf. Mc 2, 27).
Neste sentido, o necessário arrependimento, as obras e os esforços humanos ganham um sentido mais profundo, não como preço da Salvação – que não se pode adquirir – realizada por Cristo gratuitamente na Cruz, mas como resposta Àquele que nos amou primeiro e salvou com o preço do seu sangue inocente, quando ainda éramos pecadores (cf. Rm 5, 6).
O primeiro dever da Igreja não é aplicar condenações ou anátemas, mas proclamar a misericórdia de Deus, chamar à conversão e conduzir todos os homens à salvação do Senhor (cf. Jo 12, 44-50).
Do Beato Paulo VI temos estas palavras estupendas: «Por conseguinte podemos pensar que cada um dos nossos pecados ou fugas de Deus acende n’Ele uma chama de amor mais intenso, um desejo de nos reaver e inserir de novo no seu plano de salvação (...). Deus, em Cristo, revela-Se infinitamente bom (...). Deus é bom. E não apenas em Si mesmo; Deus – dizemo-lo chorando – é bom para nós. Ele nos ama, procura, pensa, conhece, inspira e espera… Ele – se tal se pode dizer – será feliz no dia em que regressarmos e Lhe dissermos: Senhor, na vossa bondade, perdoai-me. Vemos, assim, o nosso arrependimento tornar-se a alegria de Deus».(5)
Por sua vez São João Paulo II afirmava que «a Igreja vive uma vida autêntica, quando professa e proclama a misericórdia, (...) e quando aproxima os homens das fontes da misericórdia do Salvador das quais ela é depositária e dispensadora».(6)
Também o Papa Bento XVI disse: «Na realidade, a misericórdia é o núcleo da mensagem evangélica, é o próprio nome de Deus (...). Tudo o que a Igreja diz e realiza, manifesta a misericórdia que Deus sente pelo homem, portanto, por nós. Quando a Igreja deve reafirmar uma verdade menosprezada, ou um bem traído, fá-lo sempre estimulada pelo amor misericordioso, para que os homens tenham vida e a tenham em abundância (cf. Jo 10, 10)».(7)
Sob esta luz e graça, neste tempo de graça que a Igreja viveu dialogando e discutindo sobre a família, sentimo-nos enriquecidos mutuamente; e muitos de nós experimentaram a ação do Espírito Santo, que é o verdadeiro protagonista e artífice do Sínodo. Para todos nós, a palavra «família» já não soa como antes, a ponto de encontrarmos nela o resumo da sua vocação e o significado de todo o caminho sinodal.(8)
Na verdade, para a Igreja, encerrar o Sínodo significa voltar realmente a «caminhar juntos» para levar a toda a parte do mundo, a cada diocese, a cada comunidade e a cada situação a luz do Evangelho, o abraço da Igreja e o apoio da misericórdia Deus!
Obrigado!
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(1) Cf. PAPA FRANCISCO, Carta ao Magno Chanceler da "Pontificia Universidad Católica Argentina", no centenário da Faculdade de Teologia, 3 de Março de 2015.
(2) Cf. PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA, Fé e cultura à luz da Bíblia. Actas da Sessão Plenária de 1979 da Pontifícia Comissão Bíblica, LDC, Leumann 1981; CONC. ECUM. VAT. II, Gaudium et spes, 44.
(3) Relação final (7 de Dezembro de 1985), II/D.4: L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 22/XII/1985), 652.
(4) «Em virtude da sua missão pastoral, a Igreja deve manter-se sempre atenta às mudanças históricas e à evolução das mentalidades. Certamente não para se submeter a elas, mas para superar os obstáculos que possam opor-se à recepção das suas recomendações e das suas directrizes» (Entrevista ao Cardeal Georges Cottier, La Civiltà Cattolica, 3963-3964, 8 de Agosto de 2015, p. 272).
(5) Homilia, 23 de Junho de 1968: Insegnamenti 6, 1968, 1177-1178.
(6) Carta. enc. Dives in misericordia, 30 de Novembro de 1980, 13. Disse também: «No mistério pascal, (…) Deus mostra-Se-nos por aquilo que é: um Pai de coração terno, que não se rende diante da ingratidão dos seus filhos, e está
sempre disposto ao perdão» (JOÃO PAULO II, Alocução do «Regina Caeli», 23 de Abril de 1995: Insegnamenti 18/1, 1995, 1035). E descrevia a resistência à misericórdia com estas palavras: «A mentalidade contemporânea, talvez mais do que a do homem do passado, parece opor-se ao Deus de misericórdia e, além disso, tende a separar da vida e a tirar do coração humano a própria ideia da misericórdia. A palavra e o conceito de misericórdia parecem causar mal-estar ao homem» (Carta enc. Dives in misericordia, 2).
(7) Alocução do «Regina Caeli», 30 de Março de 2008: Insegnamenti 4/1, 2008, 489-490. E, referindo-se ao poder da misericórdia, afirma: «É a misericórdia que põe um limite ao mal. Nela expressa-se a natureza muito peculiar de Deus - a sua santidade, o poder da verdade e do amor» (Homilia no Domingo da Divina Misericórdia, 15 de Abril de 2017: Insegnamenti 3/1, 2007, 667).
(8) Uma análise, em acróstico, da palavra «família» ajuda-nos a resumir a missão da Igreja na sua tarefa de: Formar as novas gerações para viverem seriamente o amor, não como pretensão individualista baseada apenas no prazer e no «usa e joga fora», mas para acreditarem novamente no amor autêntico, fecundo e perpétuo, como o único caminho para sair de si mesmo, para se abrir ao outro, para sair da solidão, para viver a vontade de Deus, para se realizar plenamente, para compreender que o matrimónio é o «espaço onde se manifesta o amor divino, para defender a sacralidade da vida, de toda a vida, para defender a unidade e a indissolubilidade do vínculo conjugal como sinal da graça de Deus e da capacidade que o homem tem de amar seriamente» (Homilia na Missa de Abertura do Sínodo, 4 de Outubro de 2015) e para valorizar os cursos pré-matrimoniais como oportunidade de aprofundar o sentido cristão do sacramento do Matrimónio; Aviar-se ao encontro dos outros, porque uma Igreja fechada em si mesma é uma Igreja morta; uma Igreja que não sai do seu aprisco para procurar, acolher e conduzir todos a Cristo é uma Igreja que atraiçoa a sua missão e vocação; Manifestar e estender a misericórdia de Deus às famílias necessitadas, às pessoas abandonadas, aos idosos negligenciados, aos filhos feridos pela separação dos pais, às famílias pobres que lutam para sobreviver, aos pecadores que batem às nossas portas e àqueles que se mantêm longe, aos deficientes e a todos aqueles que se sentem feridos na alma e no corpo e aos casais dilacerados pela dor, a doença, a morte ou a perseguição; Iluminar as consciências, frequentemente rodeadas por dinâmicas nocivas e subtis que procuram até pôr-se no lugar de Deus criador: tais dinâmicas devem ser desmascaradas e combatidas no pleno respeito pela dignidade de cada pessoa; ganhar e reconstruir com humildade a confiança na Igreja, seriamente diminuída por causa da conduta e dos pecados dos seus próprios filhos; infelizmente, o contratestemunho e os escândalos cometidos dentro da Igreja por alguns clérigos afectaram a sua credibilidade e obscureceram o fulgor da sua mensagem salvífica; Labutar intensamente por apoiar e incentivar as famílias sãs, as famílias fiéis, as famílias numerosas que continuam, não obstante as suas fadigas diárias, a dar um grande testemunho de fidelidade aos ensinamentos da Igreja e aos mandamentos do Senhor; Idear uma pastoral familiar renovada, que esteja baseada no Evangelho e respeite as diferenças culturais; uma pastoral capaz de transmitir a Boa Nova com linguagem atraente e jubilosa e tirar do coração dos jovens o medo de assumir compromissos definitivos; uma pastoral que preste uma atenção particular aos filhos que são as verdadeiras vítimas das lacerações familiares; uma pastoral inovadora que implemente uma preparação adequada para o sacramento do Matrimónio e ponha termo a costumes vigentes que muitas vezes se preocupam mais com a aparência duma formalidade do que com a educação para um compromisso que dure a vida inteira; Amar incondicionalmente todas as famílias e, de modo particular, aquelas que atravessam um período de dificuldade: nenhuma família deve sentir-se sozinha ou excluída do amor e do abraço da Igreja; o verdadeiro escândalo é o medo de amar e de manifestar concretamente este amor.
Foto: AP
Fonte: ARQRIO

domingo, 25 de outubro de 2015

SANTO ANTÔNIO DE SANT'ANNA GALVÃO - FREI GALVÃO - HOMEM DE PAZ E CARIDADE


Frei Galvão era cheio do espírito da caridade, não media sacrifícios para aliviar os sofrimentos alheios

Hoje, 25 de outubro, a Igreja recorda de Antônio de Sant’Anna Galvão, conhecido como “o homem da paz e da caridade”,  popularmente conhecido como Frei Galvão nasceu no dia 10 de maio de 1739, na cidade de Guaratinguetá (SP).

Filho de Antônio Galvão, português natural da cidade de Faro em Portugal, e de Isabel Leite de Barros, natural da cidade de Pindamonhangaba, em São Paulo. O ambiente familiar era profundamente religioso. Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestígio social e influência política.

O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou Antônio, com a idade de 13 anos, à Bahia, a fim de estudar no seminário dos padres jesuítas.

Em 1760, ingressou no noviciado da Província Franciscana da Imaculada Conceição, no Convento de São Boaventura do Macacu, na Capitania do Rio de Janeiro. Foi ordenado sacerdote no dia 11 de julho de 1762, sendo transferido para o Convento de São Francisco em São Paulo.

Em 1774, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição.

Cheio do espírito da caridade, não media sacrifícios para aliviar os sofrimentos alheios. Por isso o povo a ele recorria em suas necessidades. A caridade de Frei Galvão brilhou, sobretudo, como fundador do mosteiro da Luz, pelo carinho com que formou as religiosas e pelo que deixou nos estatutos do então recolhimento da Luz. São páginas que tratam da espiritualidade, mas em particular da caridade de como devem ser vivida a vida religiosa e tratadas as pessoas de dentro e de fora do “recolhimento”.

Às 10 horas do dia 23 de dezembro de 1822, no Mosteiro da Luz de São Paulo, havendo recebido todos os sacramentos, adormeceu santamente no Senhor, contando com seus quase 84 anos de idade. Foi sepultado na Capela-Mor da Igreja do Mosteiro da Luz, e sua sepultura ainda hoje continua sendo visitada pelos fiéis.

Sobre a lápide do sepulcro de Frei Galvão está escrito para eterna memória: “Aqui jaz Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, ínclito fundador e reitor desta casa religiosa, que tendo sua alma sempre em suas mãos, placidamente faleceu no Senhor no dia 23 de dezembro do ano de 1822”. Sob o olhar de sua Rainha, a Virgem Imaculada, sob a luz que ilumina o tabernáculo, repousa o corpo do escravo de Maria e do Sacerdote de Cristo, a continuar, ainda depois da morte, a residir na casa de sua Senhora ao lado de seu Senhor Sacramentado.

Frei Galvão é o religioso cujo coração é de Deus, mas as mãos e os pés são dos irmãos. Toda a sua pessoa era caridade, delicadeza e bondade: testemunhou a doçura de Deus entre os homens. Era o homem da paz, e como encontramos no Registro dos Religiosos Brasileiros: “O seu nome é em São Paulo, mais que em qualquer outro lugar, ouvido com grande confiança e não uma só vez, de lugares remotos, muitas pessoas o vinham procurar nas suas necessidades”.

O dia 25 de outubro, dia oficial do santo, foi estabelecido, na Liturgia, pelo saudoso Papa João Paulo II, na ocasião da beatificação de Frei Galvão em 1998 em Roma. Com a canonização do primeiro santo que nasceu, viveu e morreu no Brasil, a 11 de maio de 2007, o Papa Bento XVI manteve a data de 25 de outubro.

Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, rogai por nós!

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

SANTO PAPA JOÃO PAULO II - O PAPA PEREGRINO


A Igreja católica celebra nesta quinta-feira, 22 de outubro, a memória litúrgica de São João Paulo II, que foi Papa de 1978 até 2005, quando morreu no Vaticano. A data escolhida para recordar o santo coincide com a data de início do seu ministério petrino.

Karol Jozef Wojtyla, nasceu em 18 de maio de 1920, em Wadowice, perto de Cracóvia, Polônia. Em novembro de 1946 foi ordenado sacerdote. Em 28 de setembro de 1958 foi nomeado Bispo Auxiliar de Cracóvia. Em 13 de janeiro de 1964 foi nomeado Arcebispo de Cracóvia pelo então Papa Paulo VI, sendo nomeado Cardeal em 29 de maio de 1967. 
Em 16 de outubro de 1978, foi eleito Papa. O Papa João Paulo II faleceu em 02 de abril de 2005.

O Santo Papa João Paulo II teve o terceiro pontificado mais longo da história. Foram quase 27 anos como Sucessor de Pedro, período recheado de atividades: visitou 129 países, escreveu 14 encíclicas, proclamou 476 santos e 1.318 beatos, só para citar alguns números.
João Paulo II foi aclamado como um dos líderes mais influentes do século XX. Teve um papel fundamental para o fim do comunismo na Polônia e talvez em toda a Europa, bem como significante na melhora das relações da Igreja Católica com o Judaísmo, Islã, Igreja Ortodoxa, religiões orientais e a Comunhão Anglicana. Apesar de ter sido criticado por sua oposição à contracepção e a ordenação de mulheres, bem como o apoio ao Concílio Vaticano II e sua reforma das missas, também foi elogiado.
Seu pontificado ficou marcado também pela atenção dada aos jovens e às famílias. Foi ele quem instituiu a Jornada Mundial da Juventude, em 1985, e o Encontro Mundial das Famílias. Outro feito importante de seu pontificado foi a promulgação do Catecismo da Igreja Católica.
João Paulo II e seu legado para a humanidade
Beato deixou documentos que ainda hoje são usados pela Igreja para evangelizar / Foto: Arquivo
João Paulo II deixou para a Igreja e o mundo um legado de obras, sendo 14 Encíclicas, 15 Exortações Apostólicas, 24 Constituições Apostólicas, 83 Cartas Apostólicas, cinco livros de sua autoria, o Catecismo da Igreja Católica, promulgado em seu pontificado, além de ricas reflexões em discursos e homilias.
Dentre suas encíclicas, um dos destaques é aFides et ratio – fé e razão – escrita em 14 de setembro de 1998. No documento, o Pontífice leva os fiéis a refletirem sobre o conhecimento de si e da verdade plena que é Deus. Ele afirma que foi Deus quem colocou, no coração do homem, o desejo de conhecer a verdade, de conhecer Deus, de modo que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar ao conhecimento pleno da própria verdade. Ele também enfatiza que a Igreja não é e não pode ser alheia aos questionamentos que urgem no coração do homem desde que recebeu, no mistério Pascal, o dom da verdade última sobre a vida do homem: Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida. (Acesse todas as encíclicas de João Paulo II)
Em 22 de maio de 1994, a Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis, sobre um assunto que já foi alvo de questionamentos: a ordenação sacerdotal reservada somente aos homens. O Papa afirma: “Declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”.
Com o documento, João Paulo II esclarece a questão da ordenação sacerdotal reservada a homens, mas não deixa de destacar a importância da mulher. Ele menciona a Virgem Maria, Mãe de Deus, lembrando que o fato de ela não ter recebido a missão própria dos apóstolos nem o sacerdócio ministerial não pode significar uma menor dignidade nem uma discriminação a seu respeito, mas a observância fiel de uma disposição que se deve atribuir à sabedoria do Senhor do universo. (Acesse todas as Cartas Apostólicas de João Paulo II)
Também é de autoria de João Paulo II a Constituição Apostólica Pastor Bonus, sobre a Cúria Romana. O documento tem tido destaque nos últimos tempos, já que o atual Pontífice, Francisco, criou uma Comissão que estuda uma reforma profunda no documento. (Acesse todas as Constituições Apostólicas de João Paulo II)
Em suas Exortações Apostólicas, abordou temas como a Igreja na Oceania, a Igreja na Ásia, a Igreja na América, a Vida Consagrada, Reconciliação e Penitência, famílias e catequese. EmChristifideles laici – Os fiéis leigos – de 30 de dezembro de 1988, ele aborda temas diretos sobre o laicato. Neste documento, os fiéis são convidados a exercer seu papel de anunciadores do Evangelho. João Paulo II menciona o Concílio Vaticano II:
“O sagrado Concílio pede, instantemente, no Senhor, a todos os leigos que respondam com decisão de vontade, ânimo generoso e disponibilidade de coração à voz de Cristo, que, nesta hora, os convida com maior insistência, e ao impulso do Espírito Santo”. (Acesse todas as Exortações Apostólicas de João Paulo II)
Outra obra de destaque é a Constituição Apostólica Ex Corde Ecclesiae, de 15 de agosto de 1990, em que o beato reflete sobre as Universidades Católicas. O Papa aponta rumos que devem ser seguidos por professores e profissionais universitários e retoma o sentido original da Universidade como instituição, que tem como cerne revelar sempre um centro incomparável de criatividade e de irradiação do saber para o bem da humanidade.
“Os professores cristãos são chamados a ser testemunhas e educadores duma autêntica vida cristã, a qual manifeste a integração conseguida entre fé e cultura, entre competência profissional e sabedoria cristã”.
A família é outra temática que foi tratada com muito carinho pelo beato, futuro santo. Dedicando-se à questão familiar, ele escreveu uma Exortação Apostólica Familiaris consortio, em 1981, e a Carta às Famílias, em 1994, além de instituir o Encontro Mundial das Famílias. (Acesse todas as cartas de João Paulo II)
São João Paulo II, Rogai por nós!